segunda-feira, 31 de outubro de 2016

Waking Up - A descoberta

Capítulo anterior: Waking Up - Nova Temporada 


L: Como assim? Quem virá atrás de mim?
M: Deusa? O que faz aqui? - Musa levantou-se e parecia completamente assustada com a situação - O que veio falar?
D: Quem tinha que falar isso era você, Musa, não é?! - Deusa voltou-se para Musa e a questionou - Você sempre soube, não é? Você, o Cara da Roda Gigante... Quem mais?
L: Deusa, o que você está falando? O que todos sabem? - Olhei para Deusa e para Musa sem entender o que estava acontecendo.
D: Eles vieram atrás de mim, disse que todos que estiverem do seu lado vão sofrer, eles vão te matar, Lara, acredito que você pode ser mais forte do que eles...
L: Mais forte de que quem? Musa? O que está acontecendo?
M: Entenda, eu... Eu, não posso dizer... Eu jurei... Eu não posso. - Olhei a Musa e vi ás lágrimas rolarem, ela parecia está apavorada.
D: Como você pode ter feito isso??? Você está aqui para protege-la e ao invés de prepara-la, você deixa-a pronta para o abate... Ela vai morrer, sabia?? Os Cavaleiros das Trevas já sabem, eles sabem tudo sobre ela agora...
L: O que eles sabem? Como podem saber sobre mim? - Eu olhei para Musa e logo depois para Deusa, e só vi desespero no olhar das duas.
D: Eu não sei ainda, preciso encontrar meu Xamã, preciso está em contato com a natureza... Mas agora precisamos te esconder e...

Neste momento a Deusa do Vento caiu no chão, começou a revirar os olhos e falar em línguas as quais eu nunca tinha visto. Musa e eu tentamos segura-la. Ela me agarrou e olhou nos meus olhos, eu não via mais a Deusa naquele olhar, era qualquer outra coisa, menos ela.

D: Deusa, Deusa da Natureza, dos ventos, do ar! - A Deusa do Vento começou a falar, fazendo bastante esforço, como se não conhecesse a nossa língua - A energia está aí, a força, a luta... Eu vejo sangue, eu vejo dor, mas é você que guia é você que controla os ventos, o mar... Está aí, aí dentro, dentro de ti...

Deusa abriu os olhos e levantou rapidamente. Parecia perdida, confusa, segurou os cabelos, a cabeça... Eu a abracei. Ela ainda estava muito ofegante e desesperada. A afastei e pude ver o seu olhar, onde eu pude vê-la, a Deusa estava de volta. Ela me encarou e entre algumas lágrimas e um sorriso, ela disse:

- Você é um Silfo, Lara! 

Continua...

quinta-feira, 27 de outubro de 2016

lost and now whatever.

Uns dias atrás, curtindo a ociosidade das férias, entrei no Facebook e stalkeei. SIM, EU CAIR, EU PEQUEI! HAHAHA Suricatiei a vida de todo mundo: O Russell, aparentemente, terminou com a namorada, o James, casou-se, o Pedestal, está só esperando o filho chegar e o Comendador está de namorada nova. - Olha o meu todo mundo HAHAHAHAHA
Sentei e avaliei minha vida amorosa e eu não tenho nada de novo, não terminei com ninguém, nem de longe me casei, não estou grávida - obrigada, meu Deus! - e não comecei a namorar. - Sem vida feliz gente, por isso sem Facebook -
A verdade é que eu não quero namorar. Acho que é a primeira vez na minha vida que não quero isso. A vida tá uma bagunça, meu irmão! Não estou conseguindo lidar com relacionamentos básicos - Como o de mamãe e Pepi, por exemplo -, imagine um macho na minha cola??! 
Está solteira é bom. Como a gente vive em um país que um relacionamento é super-romantizado e cheio de babaquices, não ter ninguém querendo te controlar é lindo! Imagina que locoo o cara dando uma de maluco possessivo porque dormir na casa de algum amigo meu?! Ou ficar putíssimo porque eu teria dias que nem queria olhar para cara dele, mas estaria com a casa cheia de gente... Entendem?! Não quero viver isso. 
Eu ando tão chata, que tenho sentindo pena da minha melhor amiga, que tem que lidar com uma loca que levanta textões e faz perguntas existenciais, e depois de dois dias está fazendo tudo ao contrario do que disse que ia fazer. Fora os dias de choros e áudios no Whatsapp. 
Não, eu não tenho sido uma boa companhia para mim mesma, nem a Musa tem aparecido e muito menos o Cara da Roda Gigante. Eu voltei ao meu status de Junho de 2016, onde me vi tendo que viver comigo apenas e com o mundo. Evitando o What e destilando verdades no Twitter. Sem querer está com ninguém e curtindo o escuro do meu quarto.
Tenho tentado manter o meu equilíbrio emocional, mas percebi que ele estava no lixo, no dia que fui ministrar um treinamento de PNL, que preciso ter um equilíbrio emocional perfeito e CHOREI DE SOLUÇAR. Com minha mãe, que está internada - Pauta para outro post -, fui à viagem toda do ônibus chorando e dizendo para mim mesma que quando chegasse ao hospital, eu iria ficar de boa, só passando que estava tudo lindo para ela. A realidade mesmo é que cheguei, sentei e CHOREI DE SOLUÇAR com ela. Eu tinha conseguido equilibrar esse lance do choro, mas agora desandou de vez e eu voltei a ser a menina que chora no ônibus. 
Chegai a vaaaaaaaariiiaaas conclusões sobre a minha vida que me levaram mesmo a desisti de tudo. Peguei a cadeira, coloquei na varanda, sentei e estou vendo a vida acontecer. Eu aceitei que perdi, só não sei ainda o que fazer depois disso.


Ps¹: Esse post é tão eu na veia, que poderia ser um compilado sobre o que posto no Twitter.
Ps²: Estou ouvindo, incansavelmente, o albúm "The Wall" do Pink Floyd, com o objetivo de ver a luz no fim do túnel. 

terça-feira, 25 de outubro de 2016

The Purgatory: The Companion

"Eu nunca estive nesse lugar" Pensei olhando toda a estação de metrô. A estação era no subsolo e não havia mais ninguém ali. "As pessoas andam se comportando" Pensei revirando os olhos. Sentei em um dos bancos e apertei a alça da mochila, abaixei a cabeça e me perguntei "Como cheguei até aqui?"


R: Oi, você é a Lara, né? 
L: É sim. - Levantei rapidamente e observei o garoto. Ele deveria ter 20 anos no máximo, era cheio de sarnas e sorria como se ali fosse um bom lugar para está. - Eu te conheço? 
R: Não, mas eu te conheço, e preciso perguntar: Você foi mesmo ao inferno duas vezes? - Ele me olhou e pude ver as expectativas soltarem dos seus olhos. 
L: Sim... Mas como você sabe disso? 
R: Todas as pessoas de todos os reinos sabem disso! - Ele afirmou e senti banalidade no seu tom de voz. 
L: Todas? De todos os reinos? - Falei sem entender nada. 
R: Sim, todas! - O metrô parou na estação e abriu as portas, o garoto me pegou pelo braço e me puxou para dentro do vagão - Vamos, não podemos perder o metrô, só passa outro daqui a uma hora e.. 
L: Você pode largar meu braço? - Olhei o vagão completamente vazio e sentei - Parece que as pessoas andam se comportando, né?! Estou aqui sozinha... 
R: Não, isso não tem nada a ver. Não é para ter mais ninguém aqui mesmo, só você e eu, o seu Acompanhante. Raabe, muito prazer! - Ele estendeu a mão direita para aperta-la formalmente. 
L: Meu Acompanhante? Do quê? Para quê? 
R: Sim, eu acompanho as pessoas nessa viagem, meu papel é ouvi-las, conforta-las e dizer que nem tudo está perdido. Eu sirvo para enchê-las de ânimo. - Ele falou orgulhando-se muito do cargo - Quando vi sua ficha e soube que vinha para cá, eu quis acompanha-la, você deve ter historia interessantes para contar! - Ele sentou do meu lado e me olhou com aquele olhar de expectativas novamente. 
L: Eu não tenho nada para contar. Eu estou aqui, não é?! Deu tudo errado de novo. Eu perdi. 
R: É eu soube... E olha, vai ficar tudo bem, viu?! - Ele falou meio desajustado. 
L: Raabe, né?! Então, olha só, eu sei que é seu papel e tal, mas EU SEI QUE NÃO VAI FICAR TUDO BEM, TÁ?! - Gritei e gesticulei tentando sendo clara. 
R: Não! Mas vai ficar mesmo! Você é... 
L: Raabe?! Pare, por favor, eu não quero conforto, sabe?! Não quero ninguém me dizendo que está tudo bem ou que vai ficar. Eu só quero viver tudo isso aqui, na minha, quietinha. Beleza? 
R: Mas eu sou seu Acompanhante! Eu preciso te ouvir, te ajudar! É uma fase difícil, eu sei, já vi milhões de pessoas passarem por aqui, não é nada fácil está lá. 
L: Raabe?! Você conhece a minha historia? 
R: Sim! TODA! Você foi ao inferno duas vezes! Não conheço ninguém que tenha saído vivo de lá, imagine ir duas vezes! 
L: Então... Eu fui ao inferno. Sério que eu preciso de consolo ou acha mesmo que eu quero falar sobre mim? - Ele me olhou e desta vez eu vi piedade nos seus olhos - É uma fase realmente difícil, eu só quero esperar em paz. 
R: Bom, mas o que eu vou fazer aqui então? 
L: Que tal me contar como você chegou até aqui? Afinal, a minha historia você sabe, né?! Mas eu não sei a sua. 
R: A minha? O que falar? - Ele fez cara de confuso - Eu sou um anjo de 326 anos. Antes eu cuidava da papelada toda das pessoas que subiam e descia, mas acabei sendo transferido para cá, precisava trabalhar em campo. 
L: Você é um anjo novo. E você curte ser Acompanhante? 
R: Todos acham um tédio, vejo meus amigos reclamando um monte, mas eu até gosto, acho divertido. Ontem vi com uma senhorinha que nem queria passar por aqui, ela queria ir para o inferno mesmo, disse que tinha consciência de tudo que fez na vida e que não se importava. Ela me contou historias incríveis, e no final da viagem, disse que tinha certeza que ela só ficaria aqui por um tempo e que eu achava que ela ia para o céu... Ela só acha que vai para o inferno por xingar muito. - Ele falou quase sussurrando - Ninguém vai para o inferno por isso. 
L: Muitas pessoas vão para o inferno? 
R: Sim. Mas, de tudo que já vi por aqui, não acho que você vá. Você, praticamente, trabalhar com o Cara da Roda Gigante. 
L: Nós nem temos nos falado mais. Talvez por isso que eu esteja aqui, afinal. 
R: Você acha que ele te abandonou? 
L: Não. Eu que o abandonei. - Ficamos em silêncio por uns vinte minutos e eu comecei a observa-lo. 
R: Eu iria falar que Deus nunca abandona ninguém, mas você afirmou que foi você que o abandonou. Eu não sei o que te dizer. Não se tem muito que dizer para uma pessoa como você. 
L: Uma pessoa como eu? O que dizem sobre mim? 
R: Bom, eu não sei se eu posso contar... - Ele levantou e colocou a mão na cabeça - Geralmente, as pessoas que falam sobre elas, eu nem falo nada de mim, as pessoas não entendem, sabe?! - Ele sussurrou mais uma vez - Olha só, já estamos chegando - Ele apontou para fora da janela e puder ver um túnel - Acho que é o momento de me despedi, eu só te acompanho até aqui - Entramos no túnel e as portas do metrô se abriram - Bem, é aqui. 
L: Obrigada, Raabe - Falei me levantando e olhando para fora - Foi um prazer te conhecer e... - Ele se aproximou e me abraçou com força. 
R: Eu quero que saiba que estou torcendo por você e que não importa o que diga, vai ficar tudo bem - Ele me saltou e pude ver o olhar de piedade brotarem nos seus olhos. 
Sair do vagão e logo ele sumiu no túnel. Essa estação também era no subsolo e estava vazia. Caminhei até a escada, subi e caminhei até a seguinte placa:

Continua...

quinta-feira, 20 de outubro de 2016

Compilado - Como eu cheguei até aqui: Seriados!

Desde que voltei a escrever aqui, que quero colocar minhas colunas em dia. Conseguir até com a "Vale a Nota" "Finjo Que Entendo de Música", mas todas as outras estão aí, empoeiradas... Mas nunca esquecidas! 
Estava louquinha do cu para voltar a falar de seriado aqui. Para quem tá chegando agora, eu sou a maior critica de seriado aqui desses blog, sério mesmo, ninguém fala de seriado aqui, só eu mesmo, por isso o titulo de MAIOR - Cof Cof - ~RISOS~
Então, para quem tá chegando agora, tenta se situar nas colunas "Melhores Séries do Mundo" e "Séries Que Me Sinto Uma Retardada Assistindo.. Mas ainda ASSISTO!" e volta pra cá, ok?! 
Por falar nos nomes das colunas, elas agora viraram uma bagunça! Séries que eu considerava as melhores, descem para categoria que me sinto retardada assistindo, e series que eu achava um cu, ganharam meu coração. Vou começar fazendo um compilado das antigas e como cheguei até aqui, e depois as novas. Dependendo do tamanho desses texto, ele vira 2, bele?! Mas posto tudo, juro juradinho!! 

True Blood 


Eu preciso começar com True Blood! Afinal, foi o seriado mais falado aqui nesse blog, e não, ela não subiu de categoria, EU SEMPRE ME SENTIR RETARDADA E FOI ASSIM ATÉ O FINAL. 
Não havia possibilidade nenhuma de ter um final diferente, porque, desde a 6° temporada, a série já desciam ladeira a baixo, só um milagre para mudar isso, o que não rolou. 
Genteeeeee, o que falar de Sookie que de longe é a PIOR PERSONAGEM DA HISTORIA? Meu deus!!! Como eu torci para ela morrer, mas não rolou, ficou aí de boa, deu para todo mundo no seriado e teve final feliz gravidinha. Bill, meu amor mor, morreu e foi uma novela até a morte dele, uma lambição desnecessária entre ele e Sookie que só me fazia querer morrer, ela não queria, ele queria, ele queria que ela matasse, ela não queria, e você já começava a pensar na frente da tv MORREEEE DEEABO! Tara já havia morrido e era personagem que eu acreditava. Eric e Pam riquíssimo (Não sei para quê mais). Pam sempre foi uma das minhas personagens preferidas, junto com a Tara, a lealdade dela é linda, e mesmo Eric a libertando, ela continuou ao lado dele por opção - Por falar nisso, nessa cena dele libertando ela, chorei de soluçar -. E Jessica e Hoyt, que já tinha esquecido como casal, se casam e vivem feliz para sempre - Não curti, se fosse para ficar com  alguém, antes o Jason, mas né?! -
True Blood se perdeu. Ela sempre se perdia em uma temporada ou outra, mas voltava, com a saga dos vampiros tentando achar um lugar ao sol em meio aos humanos, mas depois das 6 temporada, desandou de vez e teve o pior fim de temporada da vida, me sentir vendo uma novela da Globo. 
O seriado, mesmo com suas secessões de erros, tem seu valor. Trouxe a verdadeira face dos vampiros que foi manchada com a febre de 'Crepúsculo'. Nas entrelinhas, também trouxe varias questões sociais, como a luta por igualdade em qualquer classe e gênero, e mostrou como o fanatismo religioso destrói as pessoas. Fora que tinha um leque de homens lindos AND gostoso! 
Positivamente ou negativamente, a série aconteceu, ganhou vários prêmios, fez a Anna Paquin e Stephen Moyer (Sookie e Bill, o casal da trama) se casaram e serem felizes para sempre... E mesmo sendo a série que me fez criar a tag "Séries Que Me Sinto Uma Retardada Assistindo.. Mas ainda ASSISTO!", mexeu comigo, me fez chorar - Seriado bom é que faz chorar, né, friends?! - e foi o seriado que me trouxe de volta para essa vida de seriados. 

The Vampires Diaries 


TVD iniciou aqui nesse blog com a mesma tag de True Blood, mas logo depois deu na minha cara. QUE SERIADO MARAVILHOSO, MEEEUUU DEOOOOOOS!! Mudou de tag rapidinho. 
Com elenco bom, com historia boa, ISSO, HISTORIA BOA! E se perderam... Até a 5° temporada, mesmo com essa idiotice toda de Damon e Elena, que eu NUNCA concordei, tinha historia, tinha a curva dos personagens, tinham base. Mas aí, a personagem central da trama morre, beleza, fiquei felizinha, porque aí, né?! Oportunidade de mostrar que Elena não era nada demais na série, só atrasava mesmo o lado, mas não foi o que aconteceu. 
Damon continua malzinho, Bonnie namorando com um personagem nada a ver, Stefan com Caroline, que largou o Alaric com suas filhas, um monte de bruxa, Mystic Falls nem existe mais... Eu, simplesmente, tomei nojo de Caroline, É TANTO ÓDIO! Stefan, o meu personagem preferido na trama, virou um totem, sendo coadjuvante, quando deveria ser protagonista. Não que o Damon não merecesse o protagonismo, não é isso, tanto que ele É O PROTAGONISTA, o personagem é tão bom, que carrega a trama inteira. 
Ficava desesperada para o seriado não ter uma historia sem nexo e o que aconteceu? HISTORIA CAGADA SEM NEXO. Uma coisa que me choca muito é um seriado que cada dia me aparece com um feitiço de bruxa novo, um demônio novo, um personagem novo... GENTE PAREEEEEEEE! Não tem um amigo, um irmão, uma namorada, para dizer que é a hora de parar??! O seriado deu o que tinha que dá, já saiu uma galera, ATÉ A PROTAGONISTA JÁ SAIU. APENAS PAREM!!! - Desculpa, me empolguei - 
Bom, eu só assisti o último ep. da 7° temp. para comentar aqui, porque estava me arrastando para terminar a temporada. O seriado saiu da tag "Series Que Me Sinto Uma Retardada Assistindo..Mas ainda Assim ASSISTO..", foi para "Melhores Séries do Mundo" e foi para "Series Que Me Sinto Uma Retardada Assistindo..Mas ainda Assim ASSISTO.." de novo, por cagarem completamente a historia. Não sei se continuo a 8° temporada, PORQUE VAI TER 8° TEMPORADA, NÉ?! Vamos aguardar. 

Glee 


Geeeeeenteeee! SERIADO DA VIDAAAAAA! Glee é um seriado lindo! Desde o primeiro capítulo eu sempre amei Glee. De 22 capítulos, 20 eu chorava, quem ama música e dança, ama Glee. 
Musical, personagens que era inevitável não se identificar e teve um final "fuéee". O baque para mim é que Glee nos fez senti a dor de cada um deles, foi o seriado que mudou a televisão americana, falando abertamente de sexo, homossexualismo, a nós aceitar, a crescer. Eu cresci com Glee, me tornei uma pessoa melhor, e não me vi na 6° temporada.
Acredito, que depois da morte de Cory Monteith, a historia se perdeu. Foi nítido o quanto Finn era importante para trama, tanto que a 6° temporada teve 13 episódios, ainda empurrados com a barriga, porque poderia acabar antes.
Glee continua na Tag "Melhores Séries do Mundo", porque mesmo com final cagado, sem muitas emoções, teve uma historia, teve as músicas e foi de longe um dos melhores seriados que já vi.

Não rendeu 2 post porque queria falar das que falava de antes e acabaram, os próximos serão das novas temporadas, coisas como Game Of Trones, Orange e Narcos.

Bye =**

quarta-feira, 19 de outubro de 2016

uma pessoa melhor que eu.



Uma coisa que costumo dizer é que tenho muita sorte de ter Penélope como filha. Ela é simplesmente incrível. E não. Não é papo de mãe. Ela realmente É linda. 
Ela é aquariana com ascendente em sagitário. Tem uma personalidade forte, sabe exatamente o que quer e é extremamente curiosa. Todos os dias, me aparece com as perguntas mais esdrúxulas possíveis: “Por que as pessoas falam que estão de boas? Por que essa expressão? O que elas querem dizer com isso?”, “Por que as pessoas falam que são coerentes e elas não são?”, “Por que as pessoas dizem coisas querendo dizer outras? Por que elas não falam o que querem dizer?”... Quando ela começa com os questionamentos - O que é super normal, afinal, essa é mesmo a fase das perguntas - e eu começo explicar, ela vai me fazendo mais questionamentos, ou pedindo para explicar o significado das palavras, e eu vou explicando, contextualizando, e ela vai ficando felizinha, afinal, ela vai usar essas palavras que aprendeu pelos próximos 3 dias. 
Ela é super sensível, mesmo não admitindo isso e vive pagando de durona. Odeia chorar! Explicamos para ela que é algo natural, mas ela não gosta. E não gosta de ver ninguém chorando, porque fica com vontade de chorar também, o que a incomoda muito.
Odeia brigas, gritos ou qualquer tipo de violência. O que lembra-me de algumas situações que demostram muito bem isso:



  • Ela tem uma colega de sala obesa, essa menina sofre abusos da maioria das crianças - Nível de ter uma festinha na escola e nenhum dos meninos querer dançar com ela, por ela ser gorda, sendo que a menina é um doce e muito linda - e Penélope a defende com unhas e dentes e ainda usa frases de efeitos como “Você é linda desse jeito”, “Eles são bobos, não ver que você é linda”... 
  • Outro dia, a filha da vizinha, disse que não brincaria com a prima dela, somente com ela, porque ela não conhecia a prima, e que não falava assim com as pessoas, no caso, só brincaria com Penélope. Além dela não brincar com a menina, ela ainda levantou textão sobre “julgar as pessoas sem conhecer e que ela ficaria com a prima, porque é a família dela”... 
  • Estávamos assistindo TV e começou a falar sobre homofobia e violência contra os gays, ela ficou chocada, e sempre que ela fica assim, ela começa o textão, falando sobre como é feio bater em alguém, que as pessoas precisam respeitar as outras... 
  • Falando em gays, ela cresceu sabendo que Howard é gay, que tem namorado, e ela os amam. No aniversário dela desse ano, eles chegaram ao shopping, onde nos estávamos, e deram um selinho, na hora, as crianças começaram a olhar e apontar, ela começou a espantar os meninos com o discurso de que não era nada demais e que era normal, e não entendia o porquê que os meninos estavam olhando. Nós conversamos sobre tudo. 


Eu não minto para ela e passo tudo dá melhor forma possível. A coisa que mais me importo é com a nossa relação. O que ela tem com os outros, pouco me importa. Preocupo-me com a gente, como firmamos cada dia nossa relação, o que somos uma para outra, independente do laço mãe e filha. Sou sua mãe, mas não só isso. Não quero que ela me veja somente como mãe, afinal, esse laço é para sempre, mas quero mais que isso. Quero que ela me veja como porto seguro, como alguém que pode contar até o fim da vida, a pessoa que ela pode confiar cegamente. Às vezes nós preocupamos em ser só mãe, e quando olhamos para o lado, a pessoa tá com você por obrigação, pela cultura imposta de endeusar a mãe. Não, eu quero que ela me ame por tudo que construímos e saiba que faria tudo por ela. 
Penélope é o primeiro e último pensamento do meu dia. O melhor sorriso, o olhar mais sincero e a companhia perfeita. Ver ela crescendo e se tornando alguém melhor me anima, afinal, é uma coisa que quero muito, que ela seja uma pessoa melhor, melhor que eu.

terça-feira, 18 de outubro de 2016

on destination, choices and free will

Foi em uma terça-feira chuvosa que a Vida sentou do meu lado na cama
 e me mostrou que nada é como eu quero: 

V: Você está sendo prepotente! - ela sussurrou no meu ouvido – As pessoas não podem mudar o seu destino. 
L: Destino? Quem acredita em destino? Eu só estou tentando refazer a minha vida, vivendo o meu ano como eu gostaria que fosse...
V: Mas as coisas não são como você quer ou gostaria que fossem... Você só está se afastando do seu caminho. 
L: Caminho? Que caminho? - Olhei nos olhos da Vida profundamente. 
V: Veja bem, o destino existe. Claro, aquela parte de escolhas e livre arbítrio também. - eu abaixei minha cabeça, balançando e fazendo que ‘não’ - Sim! As escolhas e o livre arbítrio tem tudo a ver, porque são elas que fazem o caminho ser longo ou não para seu destino. 
L: Então, não importa o que eu faça, eu já tenho um caminho traçado? 
V: Não. Este é o ponto: você tem seu destino, mas não tem o seu caminho traçado. Quem traça o caminho é você. E é aí que eu entro... 
L: Fazendo milhões de coisas para atrapalhar a jornada... Vida, você é mesmo uma filha da puta! 
V: Às vezes, eu nem preciso fazer nada - ela sorriu de canto de boca. - Às vezes, vocês se perdem sozinhos. E esse papel poderia ser da morte, mas vocês morreriam. Quando ainda não é o caso, eu venho dizer "Olha, você perdeu". 
L: Peraí?! Você está dizendo isso para mim? Tá me dizendo que eu perdi para você? 
V: Sim. E fico feliz em fazer isso. Volte. Esse não é o caminho, é o momento de desistir. 
L: Mas olha só onde eu cheguei... Eu não posso desistir e.. 
V: Você usa bundas como papel de parede! Acha normal mostrar os peitos na TL! Fora os gifs, cigarrinhos, filmes pornô, tem seu trabalho que não tem te trazido nenhuma emoção, uma mãe que está ligada a você até a morte, as baixarias que você fala, você tem 30 anos e não conseguiu publicar nenhum livro... Você acha mesmo que está no caminho certo? - A Vida levantou e se aproximou da porta – Volte 10 casas. Comece de novo por outro caminho. E por favor, me agradeça, lembre-se, poderia ser a morte.

sábado, 10 de setembro de 2016

eu não quero que seja doce, apenas que seja leve.


Fazendo a apresentação mensal dos meus resultados no trabalho, percebi o quanto Agosto foi bom para mim. Eu achei que não tinha sido, pois muitas coisas aconteceram e bagunçaram a minha vida - Lê-se: as coisas estavam voltando para os seus devidos lugares -, eu continuei achando que seria meu ano por causa da minha vida pessoal, quando na verdade, estava mais uma vez aprendendo sobre minha vida profissional. 
Agosto não foi tão emocionante como os outros; apanhei, cair, tive um dos maiores picos da história, me curei, mas olha, só TÔ AQUI DE PÉ NOVAMENTE PASSANDO PELA PROVA DANDO GLORIA A DEUS! 
Esse foi o mês que fui barco - E infelizmente acabou -. Fase que eu vivi fora das redes sociais, fora da vida das pessoas, olhando tudo de fora, me percebendo, viajando em mim... Nesta etapa, construir um mundo bem maior e melhor. E mesmo que, ainda tomando porrada da vida, ando mais focada nas minhas coisas e na minha rotina. 
Falando em rotina, uma coisa muito louca que aconteceu nesse período, foi perceber como os dias são desenhados para mim - Sério, parece loucura, mas essa porrãh da minha vida tem roteiro mesmo! -. Percebi isso outro dia lendo minha agenda, vendo como situações específicas acontecem em dias específicos e como essa situações me ajudam - ou não - nos meus dias... 


Eu gosto das segundas-feiras de uma forma diferente. 
Tenho a sensação que este é o dia do recomeço. Dói, mas é necessário. 


As terças-feiras são tristes. Sempre acontece algo ruim, algo pesado, algo triste. 
Não importa quantas vezes eu peça para o Cara da Roda Gigante me livrar do mal. 
Ele não atende às terças, e são dias difíceis. 


Lindas mesmo, são as quartas-feiras. Sabe o lance de "perder para ganhar"
Eu sofro nas terças para sorrir nas quartas. 
Sempre acontecem coisas legais e eu me divirto à beça. 


As quintas-feiras sempre são dias malucos. 
Sempre são dias estranhos, nos quais acontecem coisas diferentes. 
Ontem (quinta-feira), eu fui almoçar no shopping 
(Eu quase nunca almoço no shopping, porque tem vários lugares para comer perto do meu trabalho) 
com uma amiga que eu acho que está virando super amiga, 
ajudei um cara perdido na rua e levei-o até em casa, 
e poderia ter ido para o céu com essa boa ação, 
se não fosse pelo fato, de ter negado à minha vó meu kimono lindo AND perfeito... 

V: Eu amei sua blusa! 
L: É um kimono, vó... 
V: Eu quero para mim! 
L: Eu vou ver se acho, vó... 
V: Mas você não vai mais achar desse, e eu quero esse... 
L: Vou ver se acho um para a senhora, beijos! 

Ignorei, ignorei mesmo e ignoraria de novo! 
Não vou dar meu kimono lindo AND perfeito. Vou procurar um para ela. 
(Somente nas quintas rola umas dessas.) 


Sextas-feiras são mais leves. Mesmo sabendo que trabalho sábado, 
eu posso ser surpreendida com alguma coisa para fazer. 
Posso tomar uma cervejinha com os friends ou sair com algum crush. 
É um dia bom. 


Sábados são de filminhos! Meu programa preferido com Pepi. 
Chego cedo, preparo gordices, escolhemos um ou dois filmes, e assistimos até tarde. 
Penélope está sendo uma ótima companhia. 


Descanso e ociosidade mesmo, acontecem aos domingo. E.U.S.I.M.P.L.E.S.M.E.N.T.E.N.Ã.O.E.X.I.S.T.O.A.O.S.D.O.M.I.N.G.O.S.
Fim 
Eu gosto de descansar aos domingos, colocar as séries em dia, 
comer porcaria, escrever, ver meu amigo leal... 
Durmo cedinho, porque sei que vai começar tudo de novo. A mesma rotina e os mesmos dramas. 

Agosto foi embora e, mesmo sendo um novo mês, ainda consigo sentir o aperto no peito. 
Eu não quero que Setembro seja doce, apenas que seja leve.

quinta-feira, 18 de agosto de 2016

Essa é minha vida, meu clube, é Larissa Diaries acontecendo ~Textão desabafo~


Raaaaay! Primeiramente, fora aquele que não deve ser nomeado nas olimpíadas. Segundamente (eu sei que não existe), venho por meio deste dizer: QUE SAUDADE DISSO AQUI! Uma vontade danada de chegar aqui e abraçar cês tudo! Mas né?! Tô aqui vivendo Agosto. 
Engraçado que, Agosto é o melhor mês do ano para mim e esse, de 2016, tá tão cagado, TÃO CAGADOOO, que olha, pensando em fazer limpeza. 
Agosto chegou como uma flechada nas costa. Primeiro dia do mês, e eu lá, chorando com a saída de uma amiga do trabalho. E mesmo sabendo que ela queria, isso me abalou profundamente. Como se não bastasse a saída dela, mais outra amiga saiu, e eu chorei, chorei, chorei... E bati de frente com meu primeiro pico emocional nessa temporada. 
Com o setor vazio e com a foto delas colada no meu pc, eu tentei sobreviver. Mas a verdade e que, com a saída delas, me rendeu mais trabalho, MAIS TANTOOOOOO!!! Que minha situ, no meu emprego, e de está com a pontinha do nariz para fora do mar, e, enquanto não melhora - Musa diz: Cê tá louca??? Não vai melhorar não, friend, pare! -, eu vou batendo o pé para não me afogar.
Agosto, meu melhor mês do ano ~RISOS~ me deu outro pico emocional. E o envolvido dessa vez, é ninguém menos que , também conhecido como meu carma e desencadeador dos meus problemas emocionais. 
Eu não sei mais - JURO MESMO - o que fazer para Zé, simplesmente, me deixar em paz. E o grande problema são as lavagens celebrais que ele faz com minha filha, é o prazer de jogar na minha cara que nada que eu faço é bom ou suficiente, e a pressão desnecessária, é a necessidade de mostrar para o mundo que é o melhor pai do mundo, e me cobrar o mesmo, sendo que nas entrelinhas, nada é assim... 
Essa semana, refletindo nessa pessoa maravilhosa, que tanto já falei aqui, preciso dizer: Zé foi a pior pessoa que já entrou na minha vida. Foi as portas do inferno mesmo. Eu não estou dizendo que não fui feliz com ele, não é isso. As páginas desse blog mostram que já fui feliz sim, mas é uma falsa felicidade, eu o amava, até mais que a mim, e estava cega. 
A pessoa nunca me apoiou em nada, nunca gosto do fato d'eu ser escritora, todas as vezes que fui estimulada por Zé, foi quando ele me depreciou, quando disse que não iria conseguir, que me sacudia e gritava que eu era uma derrotada, gorda, e eu ia lá e mostrava tudo diferente, mostrava que podia sim, que conseguia sim. O cara é completamente desequilibrado e bom, eu tive uma filha com ele, estou marcada a aguentar essa pessoa no resto da minha vida, como um cão raivoso em cima de mim, esperando qualquer vacilo pra me atacar. E de novo, não, eu não sei qual é problema comigo. Ele alega ser o fato de não suprir as expectativas dele como mãe, mas nós sabemos da verdade, né?! Doentinho, desequilibrado que tenta o tempo todo colocar Pepi contra mim. E sim, já sentei 375 milhões de vezes para conversar, tenho as mais maravilhosas conversas do Whatsapp - Ele me chamando de lixo para baixo -, e só chego a conclusão que é um caso a ser estudado, até porque, se ele é o pai perfeito e eu uma péssima mãe QUEM PAGA ESSE PREÇO SOU EU, QUEM NÃO VAI VIVER COM ELA SOU EU, QUEM VAI TOMAR NO CU SOU EU!! Mas ele sabe tanto que isso é mentira, que se dá ao trabalho de mentir, inventar historias para me difamar e fala mal de mim TODOS OS DIAS para a menina. 
O que me conforta é que Penélope é super inteligente, e quando chega em casa eu faço um trabalho de base com ela, de conversar, de mostrar as coisas como elas são, e detalhe: NUNCA FALEI MAL DELE, DA MULHER DELE, DA MÃE, NUNCAAAAAAA! Eu não preciso. Se ela, quando crescer, chegar em algum conclusão sobre isso tudo, não vai ser sobre minha influência. Eu só quero que ela me ame e saiba que pode contar comigo por toda vida. 
Sobre Zé, isso tudo para mim é lamentável. O cara me traiu, me abandonou, me colocou para fora de casa e eu não sinto nada. Não desejo mal, não acho que ele tem que se ferrar na vida, não torço para a relação dele, QUE ELE COMEÇOU ESTANDO COMIGO, dê errado, nada, nada, NADA. Por mim, teríamos uma relação de parceria, de boa mesmo. 
E se caso também não esteja claro, vou deixa: Eu não gosto de Zé, romanticamente falando, todos aqui sabem muito bem de quem eu gosto. E o desabafo acima - Que nem deveria ter rolado, mas olha a energia do ser, né?! Faz até a gente fazer textão. -, foi para deixar claro o porque ele fode tanto com meu emocional, já que só quem abala, meu emocional, é minha filha, e ele sabe disso, enfim... SIGAMOS. 
Aproveitando a oportunidade e falando de quem eu realmente gosto - Musa diz: Sério? Jura que vamos mesmo falar dele? -. Não nos falamos há um mês e isso me fez um bem danado. Sair do What disposta a deixar essa relação para trás e, olha, estou conseguindo. 
O tempo é mesmo lindo! Eu já não penso mais como antes, eu não fico mais desesperada quando passa uma música que me remete a ele e nem me lembro a última vez que chorei no ônibus. Está passando, está mesmo passando, porque o que mais quero é que passe mesmo, é que esse amor acabe de vez. 
Uma das últimas coisas que me peguei pensando, foi como eu ficava desesperada tentando entender porque ele tinha entrado na minha vida, e agora me contento que só foi mais um laço, me trouxe algumas lições e ponto. Daqui a pouco vira uma lembrança das paredes da memória e nada mais. AMÉM! 
Por fim, eu estou bem. Não parece, né?! Mas estou mesmo, essa é a temporada de cuidar da minha energia, e eu só quero isso, cuidar dela, cuidar da minha vida, cuidar das minhas coisas, cuidar de Penélope, focar no que realmente vale, entendendo que um monte de coisa na minha vida não é para ser e que para todas as outras coisas, só o tempo. 
A verdade é que 2016 é um ano de crescimento, é o primeiro ano que apanho para caralho, mas aprendo, mas entendo os processos, não fico culpando a vida, Deus, e o mundo todo pelas merdas todas. Essa é minha vida, meu clube, é Larissa Diaries acontecendo. Eu xingando o roterista que tenta ser meu amigo, brigando com o diretor que tenta consertar a bagunça toda e o produtor, que não falo mais, porque, como sempre, ferra com tudo.

quinta-feira, 4 de agosto de 2016

Como eu cheguei até aqui: De Porto a Navio


No final de Julho, no ápice do banzo, entrei em uma crise existencial de alto escalão. A briga não era mais entre a Musa e eu, mas, sim, entre os meus anjos e demônios. Esses que moram dentro de mim, dentro de você, dentro de cada um de nós. 
Logo depois dessa crise, comecei a me fazer perguntas do naipe: “Quem sou eu?”, “O que vim fazer na terra?”, “Qual o meu papel nisso tudo?”, “Por que esse é meu ano?”... Tentando responder essas perguntas, fiz reflexões transcendentais e cheguei a uma grande conclusão - clichê, bem verdade, mas que aprendi no final de Oblivion: Eu só dependo de mim mesma para ser feliz. 
Minha felicidade não está associada a ninguém. Tem quem diga que está associada a Penélope, mas nem a ela está. Afinal, ela vai crescer e ter a vida dela, a história dela, as escolhas dela... Se eu associar minha felicidade à minha filha, qualquer decisão que ela tomar que eu não concorde me trará decepção e, com isso, frustrações. Claro que ela faz parte do processo, mas ela não É o processo.
Perceber isso, o básico para qualquer ser humano (se amar acima de qualquer coisa, se bastar...), foi um choque de realidade para mim, que sempre estava com alguém, que sempre estava feliz por estar rodeada de pessoas, que queria encontrar o homem da minha vida para me sentir completamente feliz, que era o porto dos amigos, que trabalha com pessoas e sempre amou tudo isso. A verdade é que fui colocando de lado minhas prioridades, minhas coisas, minha vida. Mesmo quando fiz de tudo para olhar para mim, eu nunca estive realmente só: tinha as redes sociais, os amigos sempre em casa, os finais de semanas sempre cheios... E foi assim que aprendi a procrastinar minha vida. 
Sabe aquele filme que estreou e eu estava louca para ver? Eu não via logo porque tinha que ver a disponibilidade dos meus amigos para irmos todos juntos. Sabe aquela tarde de domingo que eu poderia colocar meus seriados em dia ou escrever loucamente? Eu não fazia porque sempre tinha uma programação ou todos estavam na minha casa. Sabe aquele show que eu sempre me programava para ir e nunca ia? Eu sempre marcava e, quando chegava na hora, meus amigos desmarcavam; ficava muito em cima para eu organizar outro programa ou ir com outra pessoa (Isso aconteceu com shows, eventos, exposições...). E eu me procrastinava. Não saía quando queria, não fazia o que queria. Às vezes, deixava de lado até minhas opções e minhas escolhas para agradar a todos, para tentar me adequar. No fim, estava procrastinando a minha vida, afinal, cadê meus livros? Onde estão meus projetos organizados? Cadê as minhas saídas? Meus filmes? Resposta: empoeirados em uma estante velha da minha cabeça. 
E sabe o que me deixava mais puta? Eu não era assim. Isso não era culpa dos meus amigos. Era eu. Sempre andei só, mas, de uns anos para cá, fiz essa bagunça de criar expectativa no outro, de esperar pelo outro, mas, como já dizia diria Kandy: 

 "A gente só tem a gente. 
No fundo, lá no fundo, essa é a realidade. 
Qualquer outra interpretação é espera. 
No outro. Que o outro fale, que o outro perceba, que o outro entenda. 
Não entende. Porque não é a gente. 
Imagina que entende, mas não enxerga. 
Porque os olhos são outros, ainda que da mesma cor."  

E esse trecho martelou, martelou, martelou, até fazer muito sentido na minha cabeça; até cair a ficha e perceber que minha felicidade e até a redução dos meus estresses and degastes só dependiam de mim. EU tinha permitido que minha vida virasse isso tudo. 
Então, aprendi a lição. Mas, e agora? O que vou fazer com tudo isso? Como vou mudar essa situação? Eu decidi que precisava mudar. 
Comecei a operação “Navio” no inicio dessa temporada (15/07), e esse nome surgiu quando, na primeira semana sem whatsapp, Howard me ligou, desesperado com essa situação, e disse: 

H: Amiga, você não pode fazer isso! Não pode excluir suas redes sociais, não pode ficar sem falar comigo nem com ninguém! Você é nosso porto. Pra quem eu vou correr agora? 
L: Olha, não sei, de verdade. O que sei agora é que virei navio e estou perdida no oceano - náufraga e sozinha! 

E é assim mesmo que ando me sentindo. Não sou mais porto de ninguém. Excluí o WhatsApp, o que já evita de estar sempre em contato com alguém. Já tinha desativado o Instagram, e, agora, só trabalho com e-mails e, ÓBVIO, com o Twitter, porque, né?! Sem condições de viver sem Twitter
Tenho cuidado da minha energia e tentado não ser aquela pessoa desequilibrada que só responde a estímulos externos, pirando em cada situação de conflito. Trabalhando demais a minha relação com Penélope e minha mãe, porque são as pessoas que dependem de mim diretamente, e estamos ótimas nesse ponto. Focada, mais do que nunca, nas minhas obras and projetos - ESSA BAGAÇA TEM QUE SAIR! -. Passando por muita coisa. - Não é fácil, manoooo! - Desintoxicando-me da minha antiga droga e sobrevivendo aos picos emocionais... 
Eu não finalizei o processo. Estou no começo dele. A melhora é contínua e cada dia é uma oportunidade de aprender o novo, de me conhecer um pouquinho mais e buscar, estar bem comigo mesma. 

segunda-feira, 1 de agosto de 2016

Waking Up - Nova Temporada


Naquela manhã, acordei muito cedo. Fiz café, molhei as plantas e li o jornal. Poderia ser uma sexta-feira tranquila, mas não foi. 

M: Bom dia! O cheiro do café está lá em cima - falou Musa, se espreguiçando. 
L: Bom dia! - dei um abraço apertado na Musa - O dia está lindo! 
M: O que aconteceu? Achei que, depois que excluísse o Whats, ficaria chateada... - Musa pegou uma xícara e colocou café. 
L: Por que? Eu exclui porque quis, não tinha motivo para ficar chateada... 
M: Eu sei, mas... Você também tirou para se afastar dele, e... Ele está aí. 
L: Justamente por isso que não fiz por ele, fiz por mim. Eu preciso cuidar de mim, Musa, fazer, de verdade, algo por mim. 
M: Isso é muito bom. Você passou por muitas coisas e quero você realmente bem - Musa e eu sentamos na mesa e começamos a comer. 
L: Musa, estive pensando... Talvez esse seja mesmo o meu ano. Só que diferente do que sempre achei... 
M: Deixa eu adivinhar... Você sempre achou que era seu ano porque sua vida amorosa não seria mais uma piada e o cara que você sempre sonhou apareceria, assim, do além? 
L: Talvez... Ele não precisaria vir do além - sorri – Mas, sim, eu, realmente, achei que teria o meu carrinho no topo depois que tivesse alguém. 
M: Estou sentindo um pouco de vergonha alheia, agora. Você achar que a sua felicidade estaria ligada a alguém é, realmente, deprimente. 
L: É, eu fui uma idiota e, hoje, percebo isso... Eu amei tanto o Noah que depositei expectativas nele que só eu mesma poderia suprir. Minha felicidade. Minha vida... 
M: Mas, agora, você está bem. A dor faz isso, nos molda, nos trata, nos faz crescer. Você cresceu. 
L: Caindo, apanhando, levantando... - sorri de canto, com os olhos cheios de lágrimas. 
M: Mas essa é a delícia da felicidade! Quando uma lagarta atinge o estágio de pupa e cria o casulo, ela está em fase de transformação. O tecido do seu corpo vai mudando, vai amadurecendo e começa o processo para sair do casulo. Esta é a fase principal do processo, mesmo que todos achem que é quando ela vira borboleta. Assim, acontece com a felicidade. A busca por ela te leva a caminhos longos, cheios de espinhos, pedras e, até, muros... E, nesses caminhos, vamos aprendendo. Caindo, apanhando, levantando... A felicidade é tão momentânea quanto a vida de uma borboleta. Precisamos aprender a enxergar a beleza onde ela, realmente, está... 
L: Musa, eu já disse que te amo muito hoje? 
M: Não, mas isso está estampado na sua cara... SEMPRE! - nos abraçamos e sorrimos - Eu tenho orgulho de você e de fazer parte disso tudo. Você tomou a decisão correta, escolheu o lado certo. São essas escolhas que definem você. 
L: Bom, então começou uma nova etapa na minha vida! Eu estou feliz por ter me escolhido e entendendo o porquê que esse é meu ano. As coisas voltaram para o lugar, eu estou começando a ficar bem e nada vai mudar isso, sabe?! - nesse momento, alguém bateu na porta como se quisesse colocá-la abaixo. A Musa e eu nos olhamos, sem entender. Quando alguém falou: 

- Lara? Laaaaraaaa! Abra a porta, eu preciso falar com você! 

Mantive o contato visual com a Musa, levantei e fui até a porta. Musa fez sinal como se tivesse dúvida de que o que eu estava fazendo era o melhor, mas eu havia reconhecido aquela voz e, por isso, abri a porta. 

L: Deusa, o que aconteceu? O que faz aqui? - Ao abrir a porta, a Deusa do Vento entrou e me abraçou. Ela estava bastante suada, como se tivesse corrido bastante. Estava ofegante e muito vermelha. 
D: Eles virão atrás de você, Lara! 

Continua...

quarta-feira, 20 de julho de 2016

Oblivion: Pagando Os Preços e Aprendendo As Lições - Temporada Completa

NEGAÇÃO

Imagine: 

Eu. Uma fila. A gargalhada do Agiota. E o mp3 no último volume ao som de "Oblivion"...


Oblivion, também conhecida como a temporada de pagar preços, veio como um tranco. Nocauteou-me e me deixou desacordada no chão. 
Eu me vi naquela fila mais uma vez, negociando com o ‘Agiota’, argumentando que já tinha atravessado o deserto e que ele pegasse leve comigo. Mas o Agiota, assim como a vida, não é benevolente nem altruísta. Muito menos caridoso. Ele é sádico. Principalmente com aqueles que lhe devem algo. E eu estava fazendo parte disso. 

L: Eu já comecei a pagar! - Gritei para o Agiota - Parece que está sendo fácil, mas não está. Perdi muita coisa e... 
A: Você ainda não perdeu nada! Inventou uma palhaçada de retiro no qual nem conseguiu meditar e agora vem na minha mesa dizer que já perdeu muita coisa! Acorda! O jogo está apenas começando. Essa é a temporada de pagar os preços. Agora é a hora de perder... Acenda um cigarro e bem vinda de volta... 

E ele tinha razão. Mesmo negando e não aceitando, no fundo, eu não tinha perdido nada e, tampouco, aprendido algo. O jogo estava apenas começando e foi nesse momento que aprendi a primeira lição: Todas as suas ações tem consequências. 

RAIVA 

Apenas imagine: 

Eu. Um guarda-roupa. Cartas de cobrança pelo chão e um som que tocava repetidamente a música "Black"... 


O tranco veio mais cedo do que eu imaginava. Começou em uma madrugada, às 3 da manhã, enquanto eu escrevia a primeira carta para o Comendador. Senti, então, o gosto da indiferença. Naquele momento, caíram todas as fichas das consequências do que eu tinha feito, mas sentia raiva - eu não tinha feito isso tudo sozinha.
Claro! No primeiro momento, eu mentia pra mim mesma que estava bem, que tinha superado, que estava fechando a porta... Ledo engano. A verdade é que eu estava devolvendo a caixa de ferramentas para o Cara da Roda Gigante e saindo do guarda-roupa.
Perceber o que eu tinha feito com meu carro - Lê-se minha vida - me fez protagonizar cena de choro em todos, TODOS os lugares possíveis. Rever quem eu era e qual a minha posição na vida das pessoas ao meu redor foi horrível. Eu sair mesmo do guarda-roupa e isso me irritava. Eu estava ouvindo as pessoas e elas estavam gritando verdades. Zé, minha mãe, meus amigos, o Comendador - todos tinham algo a falar e não eram coisas boas, eram coisas ruins, tanto que me vi em um ringue de boxe, levando a surra da minha vida, e, claro, eu perdi. 
Eu ainda sentia raiva das pessoas e tentava justificar os meus erros nelas. Eu achava que tinha a verdade absoluta e todos que não se encaixavam no que eu acreditava estavam errados. 
Esse foi o período mais solitário da temporada. Foi o status quo, no qual eu, com medo de errar de novo, fiquei quietinha na minha. Eu malmente falava com a Mary e Doroth e estava a maior parte do tempo só. Eu saía sozinha, comia sozinha, falava sozinha. O meu mp3 e o Radiohead viraram meus melhores amigos. Foi graças a eles - e, óbvio, o Cara da Roda Gigante - que aprendi mais duas grandes lições: Ninguém é responsável pelas suas escolhas e, principalmente, pelos seus erros. E estar sozinha me mostrou que a gente também pode ser feliz sozinho. 

NEGOCIAÇÃO 

Imagine: 

Eu. Deitada na cama. Sorrindo. Com “What A Fool Believes” ecoando na minha cabeça... 


Dois meses depois e eu e o Comendador voltamos a nos falar. EU ME SENTI BEM PARA CARALHO. Eu vi luzes em todos os lugares. Eu sorria sem parar. Saber que ele estava bem me confortava. Soube da Coleguinha também, que já estava namorando e tudo. Essa culpa de ter destruído o relacionamento alheio não cabia mais a mim e isso animou os meus dias. O que durou muito pouco. O Comendador ainda tinha muita mágoa de tudo que tinha acontecido e, mesmo se aproximando, nada havia mudado - nós não éramos mais quem havíamos sido um para o outro. As coisas haviam mudado. E, mesmo escrevendo a segunda carta para ele, negociando e mostrando que as coisas não eram como pareciam ser, não importava, o que estava feito, estava feito. Whatever.
Nesse período, reorganizei minha vida inteira; barganhei com todos. Sentei com minha mãe e colocamos todos os pontos nos is sobre nossa relação. Mudei meu horário de trabalho para disponibilizar, mais ainda, minha vida para Pepi. Tive conversas épicas que me fizeram refletir e melhorar como pessoa. Negociei, também, com o Cara da Roda Gigante. Na verdade, Ele foi com quem eu mais barganhei. E aprendi mais uma lição: não importa o quanto você barganhe - quando você precisar pagar preços, você vai pagar. 

DEPRESSÃO 

Apenas imagine: 

Eu. A Musa. Minha cama. Eu chorando copiosamente ao som de “Wish You Were Here”... 


Junho chegou e veio cumprindo o combinado: arregaçar com tudo. Trouxe à memória o quanto ele é o pior mês do ano pra mim e o seu drible carretilha. Lembrei-me da temporada “Hell”, dos laços da minha vida, de como eu sou um fracasso e que, não importa o que eu faça, não vou conseguir. Então, ao perceber isso, fiz o que qualquer pessoa normal de 12 anos faria... Chorei. Chorei muito. Chorei TUDO. 
No ônibus, protagonizei cena de choro, praticamente, a temporada inteira. Ele virou meu local de reflexão. Questionava coisas como “Onde foi o ponto em que minha vida virou isso tudo?”, “Como eu vejo, sinto e vivo tanto essas coisas?”, “Por que tanta dor?”, “O que fiz mais para os preços serem tão altos, tão doídos, tão sentidos?”, “Porque minha historia não é diferente?”... E, sem resposta, eu chorava mais. 
Nessa fase, aprendi a me refazer - mesmo querendo desistir, deitar em posição fetal e chorar. Estava tomando as porradinhas da vida. Caindo. Chorando. Levantando. Tentando reverter o quadro. Aprendendo que nada acontece como eu quero, até porque, eu preciso definir muito bem o que quero e preciso me bastar, entender como é bom estar bem comigo mesma para alguém entrar na minha vida. 
Essa é Oblivion, não sendo só a temporada de pagar preços, mas de aprender lições, também. 

ACEITAÇÃO 

Imagine: 

Eu. O Cara da Roda Gigante. O Sabotador. Mulheres cantando uma música que jamais saberemos qual era... 


Depois de todas as reflexões possíveis, depois de chorar muito no ônibus, tomei um vraaaaaa da vida - e da Musa também -, que gritava que, mesmo que eu quisesse, jamais estaria sozinha. 
Eu tenho os melhores amigos do mundo – os que me amam, me aceitam e lutam por mim. Amigos que não desistiram de mim, até mesmo quando eu desisti deles. 
Nessa etapa, eu tentei, ao máximo, honrar o nome desta temporada, mas foram dias difíceis. Estava lutando pelo Noah da minha cabeça e aprendendo que escolhas são excludentes. Tive a última conversa com o Comendador e, mesmo sentindo todo o amor, vi que ele também já havia feito sua escolha, e, mais uma vez, não era eu. 
E lá estava eu, de novo, anotando as lições no caderninho, aprendendo que as pessoas não são iguais e têm percepções e mundos diferentes – o que pode ter sido fácil para mim, não é para o outro. 
A última onda veio. Levou os pesos, as cobranças e, até, o banzo. A época de colheita havia chegado, e eu já havia pagado os preços. Aceitei e parei de tentar mudar coisas que não havia conserto.
Por fim, fui ao inferno mais uma vez, assumindo que havia perdido e que não valia mais a pena lutar. Aprendi que arrependimento faz parte do processo, e essa foi a maior lição de Oblivion: Você pode até ferrar tudo, mas vai pagar por isso até o último minuto, até a última gota, errando, levantando a cabeça e, acima de tudo, vivendo e aprendendo as lições da vida.

terça-feira, 19 de julho de 2016

#FATO

quanto mais perto 
mais perigo tem e 
que mal há se faz 
bem? 
era pra ter lido 
a placa e entendido 
o aviso em vermelho 
ou ouvido o conselho 
mas vou lá e faço 
e se der tempo 
me arrependo, 
por que quase lá 
se pode ser dentro? 

domingo, 17 de julho de 2016

Cartas Para Alguém: A Última Carta

Para ler ouvindo: "Give Me Love" - George Harrison

"Descobrir que você me ama me fez sorrir. Minto, me fez gargalhar! Tá, eu, possivelmente, fiz dancinhas de felicidade pelos cômodos da casa, e, até na rua. Mas né? Eu sou eu. Eu sei, também, que não iria mais te escrever. Te disse isso. Sempre levanto esse discurso de que é a última carta, e, logo depois, aparece outra. Mas né? Eu sendo eu - Lê-se sendo mais instável and explosiva que Nitroglicerina.
Como essa é, supostamente, a última carta, poderia falar de cada detalhe ou de coisas irrelevantes da nossa relação, mas isso eu já fiz em outras cartas. Te trazer à memória o que fomos um para o outro não vai mudar sua escolha. E não, essa carta não tem esse objetivo. O objetivo dela é outro. 
Me perdoe. Por tudo. Por cada decepção, mágoa, desgraçamento da cabeça... TUDO! Eu errei com você. Eu poderia ter agido de outra forma, ter conduzido tudo de um jeito diferente e isso não aconteceu. Eu te machuquei, te traí e fiz tudo diferente do que disse que faria. E, por isso, eu te peço desculpas. É importante para mim fazer isso, porque eu passei muito tempo sem me perdoar por tudo que te fiz. E, quando consegui me perdoar, percebi que o peso tinha ido embora, e a vida tinha ficado, um pouco, mais leve. 
Acho importante também que, se você tiver algum rancor, ele não se faça necessário. Eu paguei por todos os meus erros, eu ainda sinto por tudo... E não, eu não estou com você. Então, não tem razão para guardar essas coisas aí dentro. Eu errei, paguei os preços, seguimos caminhos diferentes... Tire o peso das costas você também. Não vale a pena carregar sentimentos ruins por alguém, e, principalmente, alguém que te ama tanto e que te quer tão bem. 
Eu não sinto coisas ruins por você. Às vezes, sinto aquela raivinha por saber que você me ama e escolheu não estar comigo. Te chamo de burro, de bobo e de panaca, mas passa, ao surgir o seu sorriso na minha mente. A verdade que não tenho vergonha nenhuma de dizer é que te amo pra caralho e que eu preciso mesmo é te agradecer. 
Obrigada! Por ter aparecido subitamente na minha vida. Por ter me conquistado. Por não ter desistido de mim no primeiro surto e ter me aceitado do jeito que sou. Por ser meu número. Por cada gargalhada que conseguiu tirar de mim. Por cada atitude de carinho. Pelo cuidado. Por todas as músicas novas que me apresentou. Pelas correções ortográficas e traduções do meu inglês. Por todas as loucuras que fez por mim. Por ser quem você é, com todas as delícias e pesos. Por me fazer balançar e acreditar de novo no amor. Pelo jeito que pega na câmera e me faz morder os lábios. Por ser tão sexy e me fazer suar. Por desencadear as mínimas sensações e os mais gostosos sentimentos. Por lindos and estressantes oito meses. Por cada lágrima, silêncio e indiferença - eu aprendi com isso também. Pelo luto. Afinal, você viveu o seu. O que ratifica o quanto me amou/ama. Com toda a nossa história, eu aprendi grandes lições e tudo isso fez com que eu me sentisse viva. Eu agradeço muito por tudo, tudo, TUDO! 
Essa carta é para isso: desculpar-me e agradecer. Ainda há muito amor, ainda desejo muitas coisas sobre nós, mas agora estou na fase da aceitação. Eu entendi. Logo, tudo isso vai passar, ou vamos nos acostumar a conviver com todo esse sentimento. 
No mais, quero que fique bem. Você precisa mesmo ficar bem, e digo isso por você, não por mim. Até porque, por mim, não importa o que eu faça, parece que nunca será suficiente para você. Eu também vou ficar bem. Com a tranquilidade que, na mesma intensidade que terminei essa relação, fiz tudo para tê-la de volta... Como se chama mesmo isso? Quando fazemos algo e depois reconhecemos que não foi o melhor? Aí, tentamos voltar no tempo e rever toda a situação? Aaaah, sim, já sei! Foi isso que me trouxe por longos 4 meses até aqui, que me fez chorar e sentir toda a dor do mundo. Isso mesmo! Se chama arrependimento. É o que venho sentindo, sem mesmo reconhecer o que era. O sentimento é mesmo esse. Eu me arrependi. E essa, sem dúvidas, foi a maior lição que aprendi.” 

Ps: E, se eu te ligar de madrugada ou te mandar mais uma carta de amor, saiba que é engano...

sexta-feira, 15 de julho de 2016

Episódio de hoje: Estratégias para destruir o Sabotador

Para ler ouvindo "High Hopes" - Pink Floyd

Era a terceira vez que eu parava para vomitar. Não sei, mas voltar àquele lugar me deixava enojada. Talvez pelo cheiro, ou pelos gritos, ou, até mesmo, pela energia que estava no ar, fazendo com que eu lembrasse de todas as dores e das coisas ruins que me aconteceram, e, principalmente, me fazia lembrar da última vez que estive aqui. 

P: Você aqui?! - Falou um dos Príncipes das Trevas - Veio entregar as armas de novo, Fraca? 
L: Não. Vim falar com você. Diga a ele que estou aqui, e quero lhe falar. - Falei alto, tentando não escutar os gritos ao meu redor. 
P: Por favor, madame! - Ele falou se curvando e fazendo reverência debochadamente - O senhor sabia que você vinha. 


Seguimos para o Castelo de Ouro e me lembrei o quanto ele era lindo. Passamos por corredores, e, por trás de cada porta, ouvia um gemido diferente. Nos esbarramos com uma mulher que, aparentemente, havia fugido de algum dos quartos. Ela caiu nos meus pés e gritou desesperadamente "Me ajude! Por favor, me ajude!". Os Dementadores chegaram logo depois, sugando todas as suas energias. Um deles veio até mim e começou a sugar as minhas também. Caí de joelhos sentindo todo o resto de felicidade que existia em mim se esvair. Tonta, ouvi o Príncipe das Trevas dizer "É visita real, ele não vai gostar de saber que fez algo com uma coisa dele". Sem forças, sussurrei "Eu não sou uma coisa e muito menos dele..." 
Senti o Príncipe me levantar pelos braços, mas não conseguia ficar em pé. Ele me sacudiu e eu vomitei mais uma vez. Ele colocou meu braço sobre seus ombros e entramos em um corredor cheio de mulheres, que cantavam uma canção que me fazia chorar, mas não conseguia identificar qual era. Elas dançavam com véus de várias cores e, quando íamos passando por cada uma, elas sussurravam no meu ouvido coisas como "Fraca", "Perdedora", "Quando vai descer de vez?", "Eu quero te machucar", "Quero te ver sofrer"... 
Chegamos à Sala Real do Castelo de Ouro e senti o meu sangue pulsar pelas minhas veias, meu coração acelerou como se tivesse levado um choque e eu já não precisava mais da ajuda do Príncipe das Trevas para caminhar. 
Enquanto caminhava, ouvia os cochichos e risos de todos que estavam na sala. Olhei ao redor e nada havia mudado, eram os mesmos príncipes, guardas, legiões e escravos. 


S: Um bom filho à casa torna! Não é essa a frase de efeito que criaram com base naquele livro cheio de mentiras, para que toda vez que um filho nos deixasse, se arrependesse e voltasse, justificar as merdas que ele fez? Eles ainda dão um ponto de atenção ao "bom", mas fico sempre a me questionar: um BOM filho deixa mesmo os seus pais? HAHAHAHAHA! Deixa, né? Olha onde estamos... - Falou o Sabotador, levantando do trono de ouro e sendo mais sarcástico do que o normal. 
L: Não sou sua filha. Na verdade, não temos ligação nenhuma. Nem sua serva sou! Além de velho, tem ficado louco? - Falei sorrindo e no mesmo tom sarcástico que o dele. 
S: Mas poderia ser, o que deixa claro que você sempre faz as piores escolhas, mas isso você sabe muito bem.
L: Bom, eu não tenho tempo a perder... - Neste momento, comecei a tirar toda a minha armadura, joguei a espada e as cartas no chão. 
S: Dessa vez, você desistiu mais cedo... Sabe que não poderia me enfrentar, não é? 
L: Não, eu fiz isso por mim. Aprendi a lição: não devo lutar por coisas que não valem a pena... 
S: Então, está dizendo que o seu Noah não vale a pena?
L: Não, não vale. Assim como eu não valho para ele. 
S: Que interessante... - O Sabotador desceu do altar, parou na minha frente e olhou dentro dos meus olhos - Está muito fácil. Da última vez que esteve aqui, chorou copiosamente, pediu pela vida de Zé... O que mudou dessa vez?
L: Como disse antes, eu aprendi as lições. Desistir também um ato de coragem e... 
S: Você é fraca! É por isso que você desiste. Não me venha com frases de efeito, que Ele, supostamente, O Todo Poderoso, diz para te confortar. Acha mesmo que vai passar pelas coisas e não vai pagar, não vai sofrer, não vai sentir? Do lado dele sempre foi assim. Eu sei como se sente, eu já estive do seu lado também. Não te incomoda o fato de lutar, lutar, lutar e seu carrinho nunca sair do lugar? 
L: A colheita vai chegar, as coisas boas também virão. 
S: HAHAHAHAHAHAHAHAHA! Você me faz gargalhar! Mesmo depois de séculos, eu ainda vejo ele fazer as mesma promessas "Sirva a mim, passe pelas provas, seja obediente e terá um lugar no céu..." - O Sabotador falou com a voz imitando o Cara da Roda Gigante - Ele não quer que você viva! Ele te tira tudo o que é natural, o que a carne implora, o que é normal. Você deixa de viver na esperança de um futuro que não existe, de um céu que não existe. 
L: Onde estamos? 
S: O quê? Como assim? Estamos na minha casa! 
L: Onde é? - O Sabotador me olhou sem entender os questionamentos.
S: No inferno, no melhor lugar de todos os mundos. 
L: E o céu não existe? - O Sabotador abriu a boca e antes que pudesse falar continuei - Não, você não precisa falar nada, não tente me convencer. Eu já escolhi meu lado há muito tempo, quando desci as águas, quando conheci, verdadeiramente, o Cara da Roda Gigante. 
S: Você é uma perdedora que, se depender de mim, não vai conseguir nada. Sabe, sorri ao ver você chorar implorando pra ficar com ele... E não vai acontecer, você perdeu.
L: Bom, eu reconheço, perdi essa batalha... 
S: Mais uma! Claro, não foi tão divertida como na outra temporada, onde te vi sangrar... Foi realmente delicioso.
L: Sim, mais uma - Cheguei mais perto do Sabotador e olhei dentro dos seus olhos - Mas não esqueça, a guerra não acabou, e eu não tenho medo de você. Quem olha por mim não dorme, e, enquanto tiver vida, eu jogo do outro lado. - Tirei do bolso uma fita vermelha, desfiz o laço e cortei-a no meio - Acabou, seu laço foi desfeito. Até a próxima! Afinal, eu sei que você não vai desistir de mim. 

Virei de costas e tentei sair mais rápido possível daquele castelo. Ouvi o Sabotador me xingar e me jogar pragas. Ao sair completamente do castelo, tomei o sangue do Cara da Roda Gigante para que, quando voltasse, não carregasse comigo toda aquela carga negativa e maldições. Tudo isso eu deixei lá, no inferno. 
Após caminhar por algumas horas, senti a mochila pesar. Sentei no chão do deserto e chorei copiosamente. 


L: Eu não tenho mais forças... - Sussurrei. 
C: Tem sim. Eu estou orgulhoso por você. - Abri meus olhos e já estava em um campo florido. Do meu lado, O cara da Roda Gigante sorria. 
L: Não foi fácil dizer que o Noah não valia a pena. Não foi fácil voltar lá. Estar no inferno é como reviver todos os seus erros, e a sensação é como se estivesse com balas no peito. Eu não quero mais voltar lá. 
C: Eu não posso te garantir isso. Como você mesmo disse, estamos em guerra, ela não acabou... 
L: É difícil abrir mão de algumas coisas... 
C: Escolhas. Você está abrindo mão de coisas antigas e está abrindo espaço para coisas novas - O Cara da Roda Gigante tirou minha mochila das costas - Você trouxe todas as peças? 
L: Sim - Falei desanimada. 
C: Vamos, levanta, temos um carro pra consertar... 
L: Eu quero ficar um pouco mais - Deitei na grama e olhei para o céu - Faltam 3 dias para Oblivion terminar e o que eu mais quero é descansar nesses dias... Mas o Senhor pode ir. Melhor, deve! Será que meu carrinho vai subir? 
C: Para o topo! 

O Cara da Roda Gigante saiu e eu comecei a chorar mais uma vez. Meu corpo doía, minha cabeça doía, meu coração doía. Eu perdi mais uma vez, desisti. "Ele sempre ganha", pensei. 
Coloquei as mãos nos bolso e senti um pedaço de papel e um tecido. Era um pedaço da fita vermelha, e uma das cartas que deveria ter ficado no inferno. "Não acredito!", esbravejei. Abri a carta que escrevi para o Comendador e li seu título: "A última Carta". Apertei-a sobre meu peito e chorei mais uma vez, fechei meus olhos e pensei: 

- O amor não acabou.
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