quarta-feira, 15 de março de 2017

Turning Off: The Orchard - First Act

Na temporada anterior... 
The Purgatory - Ep. 4 


S: Logo aí atrás está o pomar... – Sebastian falou apontando para parede de plantas em nossa frente. 
L: Podemos entrar? 
S: Bom, eu quero que você tente... – Coloquei as mãos nas plantas e sentir um fio de energia em todo o meu corpo. Empurrei as plantas e é como se houvesse uma parede por trás que não nos deixava passar. – É, você também não consegue. – Sebastian comentou frustrado enquanto eu ainda tocava na parede e sentia a energia sendo emanada para meu corpo. 
L: Olha só... – Mostrei minhas mãos para o Sebastian para que ele pudesse ver a luz da energia percorrendo todo o meu corpo. – É mágica! Magia pura essa parede! E é boa! O que tem nesse pomar? 
S: Reza a lenda que é o paraíso dentro do purgatório. Em 3.000 depois do Cara da Roda Gigante, uma fada veio para cá, ela foi amaldiçoada por uma bruxa e fico presa aqui, ela crio o pomar para conservar sua magia e todas as suas lembranças boas, ninguém sabe o que tem ao certo aí dentro, mas parece que conseguimos sair daqui. Desde que entrei aqui, eu tento, mas parece que tem algum feitiço que não deixa ninguém entrar... – Ele falou tocando na parede de plantas. 
L: Alguém já tentou? Sei lá... Alguém já conseguiu entrar ou sair? 
S: Antes, enquanto a fada estava viva, todos conseguiam transitar, mas O Sabotador descobriu que era uma passagem para os dois lados, e quis entrar para buscar as pessoas que, para ele, era de direito. Houve uma batalha, a fada morreu aí dentro e selou o lugar. Depois disso, ninguém nunca entrou ou saiu daí, parece que ela também não, por isso tanta magia. 
L: E porque você que entrar? Não estaríamos burlando o sistema? Estamos em recuperação e vamos fugir? Ninguém deixaria isso... Eles sabem que você sabe desse lugar? 
S: Claro que não! Eu descobrir tudo isso sozinho, ouvir alguns comentários e pesquisei, desde então tento entrar, todos os dias, mas nunca tive sucesso. 
L: Ahhh! É por isso que eu não te via antes, você sumia o dia inteiro... – Falei revirando os olhos. – E você achou que eu conseguiria entrar? Porquê? – Questionei confusa com todas as informações.
S: Não, eu quis dividi isso com você, eu não sou bom com pessoas, e conhecer você... – Sebastian colocou a mão na cabeça. – Você é diferente de todos que conheci. Eu rodei o mundo, parei em vários lugares e nunca conheci alguém como você... – Sebastian chegou mais perto e parou na minha frente. – Acho que são seus olhos, essa coisa de ficar escuro na sombra e claro no sol, nunca vi ninguém com olhos assim, ou seu sorriso, que ilumina todo o lugar, não gosto quando fica séria, você não fica bem quando não está sorrindo, e também tem o seu cabelo, o jeito que você mexe nele... E não é só isso... São os detalhes, a sua energia... – Sebastian me olhou desconcertado. 
L: Peraí... Meus olhos ficam claros no sol? – Falei olhando para o sol. 
S: Tá vendo? Olha como você é boba?! – Sebastian apontou para mim sorrindo. – Você calada é uma Barbie, mas aí abre a boca, fica desbocada, fala bobagens... E quando estamos na sessão de terapia, parece que você entra em Nárnia, fica olhando para o nada, me faz ri... Eu te acho naturalmente engraçada, cômica, sem equilíbrio nenhum das suas emoções, ou você sente tudo, ou não sente nada... – Sebastian chegou mais perto e colocou as mãos no meu rosto. – O que eu quero dizer é: Você é o perfil de pessoa que eu nunca me aproximaria na terra, eu sou reservado, odeio gente escandalosa, não sou de socializar, de dá bom dia pra pessoas na rua e aqui... Parece que esse lugar muda a gente... Eu não quero ficar aqui. E acho que você também não deveria querer... – Sebastian falou olhando nos meus olhos profundamente. – Vamos embora daqui, Lara, nós não temos nada a ver com esse bando de maluco, não podemos nos conformar de estar aqui, esse lugar não é para nós!
L: Calma! É muita coisa para digerir... Eu nunca imaginei que você havia reparado tanto em mim... Mas deixa eu te contar uma coisinha: Eu sou assim mesmo, viu?! Não é que você se deixou levar, é que eu não costumo ficar no raso, eu vou no profundo, eu quero ir sempre além. Sabe essa capa que você usa? – Apontei para sua capa preta que era sua vestimenta de todos os dias. – Eu vou entrar nela... E eu não acredito em coincidências, Sebastian, existe um propósito de estamos aqui juntos e parece que acabo de descobrir o motivo... Vamos entrar no pomar! 


Dias atuais... 

R: O QUÊ??? – Raabe me olhou chocado. – Você é louca?? Eu jamais te ajudaria nisso. – Ele falou ajeitando o capuz. 
L: Eu preciso de você! Você me acompanhou na última vez que estive lá, você sabe como entrar... – Falei tentando convencê-lo. 
R: Isso é por causa dele? Lara o que acontece com você? O Sabotador arma os laços e você sempre cai, não cansa de apanhar? E pior, VOCÊ SABE QUE ELE É UM LAÇO! – Raabe gritou e todos que estavam no restaurante olhou para nós. – Sorry! – Ele falou levantando as mãos. – Estou indo embora, eu não sei o que você pensou me chamando aqui, mas eu não posso compactuar com isso, ao contrário de você, eu estou mesmo do lado do Cara, não posso te ajudar. – Ele levantou e eu o segurei pelo braço. 
L: Raabe, se não formos pela estação, vamos ter que atravessar os vales dos sete pecados. 
R: Boa sorte. – Raabe tirou minha mão do seu braço e foi embora. 


Eu continuei sentada e pedi a conta, não sabia o que fazer com toda essa história. Sebastian e eu tínhamos uma ligação muito única, eu não conseguia entender, mas eu não poderia deixa-lo. Perdida em meus pensamento, o meu telefone tocou, me trazendo de volta apar o restaurante, pelo visor eu vi que era o Howard... 

L: Que saudades de você! 
H: Suaa locaaa! Eu tenho tentado falar com você por dias... – Howard esbravejou. – Precisamos nos ver, você precisa se retratar, mentiu para mim sobre o Comendador e ele ainda está aí dentro. 
L: Do que você está falando? Do Noah? – Questionei confusa. 
H: Ele não é seu Noah, mesmo que você não acredite, ele não é! E o Sebastian também não! Eu já disse que não gosto dele? 
L: Peraí! Do que você está falando? 
H: Eu joguei pra você, sei que você pediu para não fazer, mas né?! Você voltou para terra, eu precisava saber como seria sua nova vida e... 
L: EU NÃO QUERO SABER! Eu pedi para você não jogar! Esse é um momento diferente da minha vida... 
H: Calma! Não vou falar para você. Eu respeito esse momento e não vou te contar nada... Na verdade, eu não fui autorizado a falar... 
L: Como assim? 
H: O Tio da Roda Gigante não autorizou que eu falasse nada para você, mas estou preocupado, o que posso dizer é que muitas coisas vão acontecer, coisas grandes, fortes, pesadas... Existe um porquê do Sebastian na sua vida, você precisa dele... O que quero dizer exatamente é: “Um para esquecer o outro” é tudo que você precisa saber. 
L: Gente! Como assim, eu não entendo, eu estou bem, estou na terra, minha vida está bem, os problemas que eu vivo hoje nem são meus, e eu só sou um apoio e... 
H: Eu acho graça que você mente para você mesma e acredita nisso. Lara, eu disse o que você precisava saber, as cartas são assim, elas não dizem o que queremos saber e sim o que precisamos saber! Eu preciso desligar, espero que fique bem, não esqueça que você é uma sobrevivente. 
L: Ok, amo você. 

“Um para esquecer o outro”, essas palavras ecoaram na minha cabeça até chegar em casa. Entrei sem falar com ninguém e subir para o quarto, ainda assim, Musa veio atrás de mim. 

M: O que o Howard quis dizer? – Musa se jogou na cama. 
L: Não sei, Musa, e de verdade não quero me preocupar com isso, temos problemas maiores, o Raabe não vai nos levar e eu não sei o que fazer. – Deitei do seu lado na cama. 
M: Vamos descobrir um jeito de entrar lá... 
L: Vamos? Será mesmo... Musa, porque você está nessa? Você deveria ser a última pessoa no mundo que queria me ver no purgatório de novo e parece que está encantada com a ideia. Esse não era o momento que você me daria um tapa na cara e me traria para a realidade, eu resolvi desligar, colocar as emoções de lado, seguir sem muletas... 
M: Nossa! Você é tão ruim sendo racional! – Musa falou sorrindo. – Eu estou nessa porque você não quer está, quando nós concordamos mesmo?? Eu não queria te ver lá novamente, mas pelos motivos de outrora. Dessa vez é diferente, você está buscando coisas, entendendo os sinais da vida... 
L: Oi? Eu estou indo para tentar ajudar o Sebastian, não?! – Olhei para Musa surpresa. 
M: Aaafff, você é burra como uma porta! Você não sempre achou que existia um porquê dele está na sua vida? Não consegue enxergar? Olhe além, não com olhos terrestre, mas com olhos espirituais, você não está só ajudando o Sebastian, esse é um processo seu também, você precisa passar por isso tudo, por isso estou contigo... E também porque eu quero saber quem é o Sebastian de verdade.... 
S: Falando de mim? – Sebastian sentou na cama. – O Raabe vai nos ajudar? 
M: Não! Como eu já imaginava... 
L: Para ele, não é certo... 
S: Bom, então vamos ao plano B... 
L: Você não vai desisti, né? 
S: Não, na verdade, eu acho que vai ser até mais divertido... – Sebastian comentou sorrindo.
L: Nossa! Passar por sete vales, cheia de coisas e criaturas que nem sabemos como é, parece ser mesmo divertido... – Falei sarcasticamente.
M: E se a gente se preparar? Antes de ir? Podemos pesquisar, procurar o Roberto mais uma vez para pegar aquele mapa, buscar atalhos... 
S: E se nos fossemos pelo pomar? 


 Continua...

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