domingo, 1 de maio de 2016

Retiro Espiritual: O Divisor de Águas - Temporada Completa

Imagine: 

Eu, fone de ouvidos, correndo loucamente ao som de "Modern Love".. 


Esse é só um trecho da temporada maravilhosa chamada Retiro Espiritual - O divisor de águas.
Mas pra começar a falar dessa temporada, eu preciso esclarecer uma coisa: Minha vida é um seriado, sempre achei que seria um filme, mas é um seriado. Desde que descobrir isso, uns 3 anos atrás, entendi o porquê de tanta merda: A série precisa vender, e gente feliz, desculpa, não vende. O que vende é cena de barraco, escorregadas atrás da porta chorando copiosamente (Serve também dentro do chuveiro, protagonizei uma dessas, um sábado aí, onde chorei de soluçar ouvindo "Careless Whisper"), mandar nudes no grupo, sem querer, pra ratificar o tamanho do seu daley, amores falidos, não correspondidos, e auto destrutivos... Enfim, SERIADO. E vocês podem achar que sou louquinha da cabeça, questionar até sobre a tatuagem da Câmera 3 (A câmera que está sempre comigo), e eu preciso dizer: Não sou. Eu acredito em mim, acredito que minha vida vai virar uma série (Se eu não conseguir em vida, Howard finaliza o projeto), eu acredito, se eu não acreditar, quem vai, né? 

Bom, agora que todo mundo está alinhado em 'Larissa Diaries' posso falar da temporada que começou dia 10/03: Retiro Espiritual - O divisor de Águas, era uma temporada que já estava escrita e eu nem imaginava nada sobre ela (Aproveito a oportunidade pra dizer que odeio muito o roteirista da minha série), na verdade, eu já tinha determinado pra mim que faria um retiro, só não imaginei que seria tudo dessa forma... 
Pra começar, eu voltei a roda gigante, no primeiro dia de retiro a cena que eu tinha era: O Cara da Roda Gigante (Esse é Deus) sentado tomando suco, já que ele tinha desistido de consertar meu carrinho, e eu ali, com uma caixa de ferramenta do lado, suja de graxa, com um manual de instrução, sem entender nada: 

L: Você não vai mesmo me ajudar? 
D: Você não quer ajuda, eu tentei te ajudar, e na temporada Twilight, no ep. 3, desisti, agora as coisas são do seu jeito... 
L: Tá, eu sei, joguei tudo pra cima, não te ouvir, mas não estou conseguindo sozinha... 
D: Eu sei, mas ainda me divirto com suas tentativas, ainda não é o momento, tudo ao seu tempo.. 

Eu estava disposta a me equilibrar, a me controlar, ver toda a situação de fora, me esforcei pra que tudo fosse diferente, até o 8º dia do retiro, quando quebrei tudo, cansada de fazer do jeito certo, usando os manuais de instrução da vida, e.. Surtei e quebrei todo o carrinho. 

Apenas imagine: 

Eu, um carrinho de roda gigante, uma caixa de ferramentas, eu quebrando ele todo ao som de "Bust Your Windows


Foi o que aconteceu. Estava envolvida em uma mentira tão grande que não conseguia mais lidar, quebrei tudo, contei tudo, perdi o Comendador, um monte de gente me julgou, foi o início da divisão, quem ficaria e quem sairia da minha vida, à quem jure, que foi a pior coisa que fiz na vida, e que eu me arrependeria amargamente por tudo isso, o que o público não entendia, é que essa história terminaria exatamente assim: Eu quebrando tudo. Eu não sabia, mas naquele momento, eu estava resgatando a Larissa Mello, eu estava salvando ela dela mesma, trazendo a memória quem ela era, a identidade perdida, os valores, a essência. De novo, não consigo ver outro final pra essa história, e não estou dizendo que não gosto dele, gosto muito, sinto por tudo, o Comendador é meu número em todos os graus, me fazia gargalhar, me aceitava como eu era, eu, com essa personalidade filhadaputa, mais difícil do mundo, fazia tudo que eu esperava em um homem, eu falava não, ele ouvia sim, e a cada dia me apaixonei mais por ele, sempre foi tudo que eu quis, porque aprendi, que amar era se sentir vivo, e era como eu me sentia ao lado dele, mas estava tudo errado nessa relação, e terminei no melhor Larissa de ser, não adianta fugir, somos quem somos. 
Depois de perder tudo, entrei na negação e na raiva de uma só vez, me vi decepcionada com um monte de gente, fiquei com vontade de me teletransportar para Salvador e jogar verdades na cara, brigar, lutar pelo meu ponto de vista, jogar coisas pra cima... E foi nesse momento que O Cara da Roda Gigante entrou em cena... 

 D: Tá, você não consegue mesmo sozinha, fraca, vai desopilar, vai fazer o que você veio fazer aqui, e talvez o que sabe fazer de melhor, geri pessoas, me passa as ferramentas, vou consertar seu carrinho... 

10 Dias depois, sem se quer ter meditado, me entreguei ao retiro, fui viver Goiânia, e me permitir conhecer as pessoas quer me ajudaria ao resgate da minha identidade. Comecei esse laboratório com 22 pessoas dentro de uma sala, foi lá que conheci o professor de matemática que largou tudo por um amor, a artesã que não sabia fazer mais nada dá vida, o menino que queria namorar uma ‘coroa’, a cdf que perdeu na prova, a menina que, no quarto dia de turma, me fez chorar de soluçar, uma menina que, aos 19 anos, já estava falida, a galera de exatas que tentou me explicar o código morse (Sem sucesso, ainda não entendo), e 3 em especiais, que não só me mostraram como não dormir em Goiânia, mas também que existe pessoas como eu em qualquer lugar do mundo. 



Mouse e Walt, me mostraram que a vida nos dá um papel em branco todos os dias, com esse papel, ela nos dá a oportunidade de começar, recomeçar e se precisar, começar de novo. Nos cobramos porque queremos, é normal você ter uma opinião e mudar, é normal você gostar de uma coisa hoje, e odiar amanhã, isso não quer dizer que você perdeu sua personalidade, sua personalidade é sua essência, isso quer dizer que você está aberto, ao novo, sem julgamentos, e isso é muito do que eu acredito, passei anos dá minha vida levantando bandeiras que só serviram pra eu quebrar a cara depois, os seres humanos são mutáveis, ter a velha opinião formada sobre tudo é chato, é bobo, é tirar o direito de não evoluir. Eu vi a Mouse e Walt, me lembrar o quanto eu tinha esquecido que, o que me faz está viva, era ser quem eu era, com todos os pesos, com todas as escolhas, com toda a bagagem da minha vida, que não é pouca, lembrei de como assumir quem eu sou, que no fundo eu nunca tinha perdido isso, tava aqui, perdido, em algum lugar por dentro dessa cabecinha.. 




Imagine: 

Eu, 2 garotas, agulhas no mamilos, ao som de "Essas Donas é Fight" 


L: CAAAAAALMAAAAA! A tesoura está no lugar certo, pra quê essa pressa? 
D: Aaaaah, não sei ter cuidado não! 

Essa era Diva Von Teese, prima de Dorothy, que é body piercing e furou meus mamilos, uma forma de transcender a Larissa careta. 
Com a Dorothy e a Diva, descobrir que em Goiânia tinha pessoas iguais a mim, com historias parecidas, com dores iguais e portas entre abertas, gargalhei de bobagens, aprendi que em GYN só não tem sertanejo - Não aguentava mais ouvir sertanejo, antes eu não gostava, depois de GYN, eu odeio -, que as pessoas podem ser o que elas quiserem, basta acreditar, "se você crê, tudo rola", já dizia Diva.. 

Apenas Imagine: 

Eu, cantando "Bohemian Rhapsody", dentro de um supermercado, ás 23:00, 
quando alguém do além começa a cantar também.. 


É disso que falo quando falo de Goiânia, das pessoas, me reconhecia o tempo todo, em cada esquina, na empresa, na boate, no supermercado.. 
A historia desse carinha do supermercado foi assim mesmo, entrei pra comprar um a água, como uma louca começo a cantar (no meu inglês fudido), achando que estava sozinha, e o cara na outra sessão começa a cantar a música comigo, me abraçou e ainda disse que "Se é fã do Queen, é boa pessoa". Teve a colega de trabalho que ajudei, ficamos bêbadas, e ela terminou chorando na minha cama do hotel, criamos uma relação tão grande que ela tatuou uma tatuagem, igual a minha e no mesmo lugar, "Não quero me esquecer de você nunca mais", dizia ela. A menina que a primeira vez me viu, grito "VOCÊ É A MENINA DÁ INTERNET!!!", ela me segue aqui, no Instagram, no Snap, eu tinha uma fã em GYN e nem sabia, "Eu adoro você, serio, você é muito divertida", ela não parava de dizer isso. Comi o melhor arroz recheado, me apaixonei de cara por uma das pessoas mais amarga do mundo, fiz fotos de pessoas que nunca vi na vida, pularei carnaval com uma menina que conheci na boate, e bêbadas, fizemos jura de dedinho que ela passaria o carnaval aqui em SSA comigo, ganhei dos melhores amigos gays, que não sei o nome, mas que arrasaram comigo em todas as noites que fomos pras boates de GYN. As noites mais divertidas, sempre começava ou terminava em uma boate, eu dançando loucamente "Baile de Favela", percebendo que tem pessoas piores que eu dançando funk, chorando no banheiro gravando áudios, dançando com os seguranças pra não ser expulsa - O que não adiantou muito, eu fechei todas as boates que fui, sair no outro dia de boa, e sempre era expulsa - ou mostrando meus peitos pra estranhos - Quero deixar registrado, que não me lembro disso, mas pessoas que estavam comigo, disse que mostrei meus peitos pra 2 caras, quero deixar claro também, que nessa noite, eu tinha bebido mais de 10 tequilas e varias vodkas com energético, mas é só tetas, né, gente?! -

Imagine: 

Eu, em lágrimas, com 2 colegas, dentro de um taxi voltando pra SSA, ou som de "Close To You"... 


E foi assim que deixamos Goiânia, com lágrimas, já com muita saudade, levando um bocado de pedaços de alma com a gente.. Lembro que, logo que chegou a demanda da viagem, um dos colegas que foi comigo, enlouqueceu, ficou super empolgadinho, e eu pensando: "Mas gente, pra quê isso?!" Hoje entendo cada gritinho de felicidade, foi uma das melhores viagens da minha vida, onde exorcizei meus demônios, atravessei o deserto e comecei a entender porque 2016 é meu ano.

Goiânia, Setembro eu estou de volta, tá?! Enquanto isso estou segurando a barra que é viver longe de você!

Ps: Quando voltei, descobrir que a Nathy, uma das blogueiras que mais amo daqui, tentou contato comigo, mas acabamos não nós vendo,  fiquei em lágrimas no dia que soube disso! = /

2 comentários :

Bruno Sofrozine disse...

Só queria dizer que Modern Love é foda! <3

Dois cigarros e um café. disse...

só queria dizer, porque não me convidaste?

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